Conterrâneos e conterrâneas, essa semana foi comemorado o dia internacional das mulheres!
Parabéns a todas as mulheres e um profundo agradecimento as mulheres pioneiras que ajudaram a construir o nosso município, estado e país!
O dia 8 de março é dedicado ao Dia Internacional da Mulher. A data é uma celebração das conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo dos últimos séculos, mas também é um recado sobre os graves problemas de gênero que ainda persistem em diversas partes do mundo. A ideia de uma celebração internacional dedicada às mulheres surgiu em 1910, como uma ideia da dirigente alemã Clara Zetkin. No entanto, a data foi escolhida após 8 de março de 1917, quando um grupo de mulheres se reuniu em Petrogrado (atual São Petersburgo), na Rússia para reivindicar melhores condições de vida e a saída do país da Primeira Guerra Mundial.
Nesse dia quero fazer uma reflexão histórica sobre as nossas matriarcas. E para isso escolhi minha avó Laura Maria Schallenberger (casada Schneider) (clique para ler mais) para servir de exemplo nessa linha do tempo.
Vejam essa linda foto dela colhendo soja, com um grande feixe em mãos.
A avó Laura foi agricultora, pegava junto no serviço pesado com meu avô Adolpho. Seu dia começava cedo, antes das 5:30h da manhã. Levantava, fazia o café para a família e depois do café tomado ia à ordenha das vacas. Após finalizar a ordenha, ia para a roça ajudar o meu avô no trabalho da lavoura. A avó Laura ainda tinha que cuidar da casa, cozinhar, limpar a casa, bater a roupa (na mão), faziam parte das tarefas diárias, além de cuidar dos 5 filhos (algumas vizinhas tinham mais de uma dúzia).
No trabalho, de fato, a única coisa que diferenciava a avó Laura do avô Adolpho era o seu sexo biológico, o trabalho de ambos era equivalente. Claro, tinha serviços específicos que o avô fazia, mas também tinha serviços que também só a avó fazia, no restante, trabalhavam juntos.
Mas porque estou contando isso da avó Laura, uma vez que isso era uma realidade para todas as mulheres da época? Vamos a algumas datas.
- A avó Laura nasceu em 1929 e apenas em 1932 as mulheres conquistaram o direito do voto.
- A avó Laura casou em 1950 com o vô Adolpho, teve todos os seus 5 filhos e só em 1962 conquistou o direito de não precisar mais da autorização do marido para trabalhar fora (Estatuto da mulher casada).
- A tia Lourdes, filha mais velha da avó Laura, nasceu em 1951, casou em 1977 e só em 1979 a avó Laura e todas as mulheres brasileiras conquistaram o direito legal de jogar futebol. Parece mentira, mas pelo decreto 3.199/41, artigo 54, as mulheres ficaram impedidas de praticar “ desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”, pois, como os jornais da época estampavam, “a mulher não pode praticar esse esporte violento sem afetar seriamente o equilíbrio psicológico das funções orgânicas, devido à natureza que a dispôs a ‘ser mãe’.”
- Em 1988, com 59 anos, 5 filhos, 4 deles casados, e 7 netos, a avó Laura viu a Constituição Brasileira de 1988 passar a reconhecer ela e seu marido como iguais perante a lei.
As mulheres tiveram que lutar por vários direitos até a constituição de 1988 e continuam a lutar até os dias de hoje, mas o que realmente eu gostaria de chamar atenção é que meu avô, igual a todos os homens, já nasceram com todos os seus direitos garantidos.
Para ver o quão recente são todas essas datas, a avó Laura, se estivesse viva, estaria completando 95 anos, sendo que desses 95, apenas 36 anos com direito constitucional de igualdade perante ao vô Adolpho.
Em suma, quero lembrar que o 8 de março não é só apenas para relembrar e comemorar as conquistas femininas, mas lembrar que ainda existem muitas lutas pela frente para que de fato ocorra a igualdade de homens e mulheres na sociedade!
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Schneider, Eduardo Daniel. [Nome da publicação] Blog Memórias do Povo Rio-grandense, disponível em: https://eduardodanielschneider.blogspot.com/ Acessado em: [data do acesso]
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