Modelo gráfico da primeira capela/escola de Santa Clara do Sul. Para realizar a projeção foi utilizado o software SketchUp da Google. |
Primeira Capela de Santa Clara do Sul
Autores: Eduardo Daniel Schneider; Rafael Lenhard.
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Homenagem e agradecimento ao Padre Alberto Träsel que sempre buscou manter viva a história dos nossos antepassados e de Santa Clara do Sul/RS. Texto e relatos da construção são baseados no Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul de autoria de Pe. Alberto Trasel. Todos os direitos a ele reservados.
Introdução
Voltando aos anos de 1880 os trisavôs dos autores Eduardo Daniel Schneider e Rafael Henrique Lenhard se cruzaram e conviveram na mesma comunidade, possuíam vínculos de muita proximidade. Hoje os trinetos escrevem a parte desta história destes homens que se dedicaram a sua família e a comunidade dos primórdios da atual cidade de Santa Clara do Sul, especialmente sua ligação com a primeira capela de Santa Clara do Sul, uma peça importante para o desenvolvimento da comunidade e da religiosidade Santa-Clarense.
Primeiros anos em Santa Clara do Sul
Como em todas as novas colonias, Santa Clara do Sul teve um início sofrido, com muita pobreza, fome, perigos pela mata ainda virgem e de carência espiritual. Os colonos que se estabeleceram no começo de Santa Clara eram católicos, porém a igreja mais próxima era a de Estrela/RS que ficava cerca de 17 km de distância. Mesmo assim, todo domingo e dias santos, eles se deslocavam para Estrela para ir a missa. Aqueles que não tinham montaria iam para a casa do senhor Guilherme Werlang para rezar. O mesmo acontecia quanto ao estudo dos filhos dos moradores de Santa Clara. A escola católica mais próxima ficava em Cruzeiro do Sul.
Os "acatólicos" (denominação usada pelo Pe. Träsel para os evangélicos e pessoas sem credo) de Sampainho, também sofriam o mesmo problema com a falta da escola que os moradores de Santa Clara sofriam. Tanto os católicos como os "acatólicos" tinham planos para um escola em Santa Clara, mas os moradores católicos de Santa Clara queriam a construção de uma capela/escola e os "acatólicos" apenas queriam a escola e o cemitério¹. Assim se formou uma rivalidade na comunidade.
Os "acatólicos" (denominação usada pelo Pe. Träsel para os evangélicos e pessoas sem credo) de Sampainho, também sofriam o mesmo problema com a falta da escola que os moradores de Santa Clara sofriam. Tanto os católicos como os "acatólicos" tinham planos para um escola em Santa Clara, mas os moradores católicos de Santa Clara queriam a construção de uma capela/escola e os "acatólicos" apenas queriam a escola e o cemitério¹. Assim se formou uma rivalidade na comunidade.
Liderados pelo senhor Hoffmann, mestre e declarado ateu, os "acatólicos" chegaram a construir uma escola e cobrir ela de telhas de madeira (próximo de onde aconteceu o combate vitorioso dos Santa-Clarense), porém ela não chegou a ser finalizada.
Não querendo mais esperar, a comunidade católica de Santa Clara começou a construção da capela/escola. Alargaram os caminhos para chegada dos materiais, quebravam pedras para o fundamento e partiram telhas para iniciar a construção. Ao mesmo tempo que iniciavam a construção, foi pedida a autorização para a construção de capela/escola para o Arquibispado de Porto Alegre, sendo que a autorização foi dada em 20 de julho de 1880, sendo a pedra fundamental benzida em 3 de dezembro de 1880.
Não querendo mais esperar, a comunidade católica de Santa Clara começou a construção da capela/escola. Alargaram os caminhos para chegada dos materiais, quebravam pedras para o fundamento e partiram telhas para iniciar a construção. Ao mesmo tempo que iniciavam a construção, foi pedida a autorização para a construção de capela/escola para o Arquibispado de Porto Alegre, sendo que a autorização foi dada em 20 de julho de 1880, sendo a pedra fundamental benzida em 3 de dezembro de 1880.
Cemitério¹: O cemitério de Santa clara do Sul já existia antes da construção da capela/escola mas de maneira informal. Leia: Antigo Cemitério de Santa Clara do Sul (1875-1921)
A construção da Capela
O comerciante de Cruzeiro do Sul, Felix Kuhl, carreteou todo material necessário que ainda faltava para Santa Clara, como cal, ferro, pregos, vidro, vitrais. O terreno foi doado por André Köhnlein (terreno do cemitério e da igreja). Os dois pedreiros responsáveis eram Pedro Schneider (trisavô do autor Eduardo Daniel Schneider) e José Weiler, auxiliados por dois carpinteiros (Guilherme Werlang e João Nicolau Gorgen) e dois marceneiros (João Ruschel, o ruivo, e João Ruschel, o moreno).
Enquanto esses 6 profissionais se ocupavam na construção da igreja, a comunidade se revezava para fazer o serviço dos que trabalhavam na construção, pois além dos serviços de construção, a maioria mantinha também afazeres como agricultores, plantando e criando gado em suas propriedades. Com esse esforço comunitário, conseguiram terminar a capela/escola em apenas 1 ano e meio, terminando-a completamente em 3 de dezembro de 1881, data da sua inauguração e dia do padroeiro São Francisco Xavier.
Pedro Schneider e sua esposa e Elisabetha Schmidt (trisavós do autor Eduardo Daniel Schneider) Pedro veio ainda criança da Alemanha em 1853, junto com seu pai Anton Schneider, sua mãe Maria Margaretha Lang e seu irmão Miguel Schneider. A profissão de pedreiro/construtor exercida por Pedro e mais tarde pelo seu filho Guilherme Schneider, foi apreendida com seu pai Anton, o qual trouxe da Alemanha. O pai de Anton (avô de Pedro), também chamado Anton (Antonius) Schneider, era construtor na pequena comunidade de Michelbach (no Hunsrück), Alemanha, local onde toda a família nasceu e cresceu antes de vir para o Brasil. A principal técnica que a família Schneider dominava era a construção no estilo enxaimel. Foto: Arquivo de Patrícia Schneider |
José Weiler Fonte: Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul - Pe. Alberto Trasel |
Com exceção do sino e da estátua de São Francisco Xavier (a mesma que é utilizada até hoje), a capela não custou nada aos moradores, pois nenhum dos envolvidos na sua construção cobrou nenhum "tostão" da comunidade. O comerciante Felix Kuhl forneceu todo o material, da mesma forma, gratuitamente e por muitas vezes se fez presente no local da obra.
Existem poucos registros da aparência da capela/escola e tão poucas fotos. A descrição que existe é a apresentada por Träsel no Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul:
Existem poucos registros da aparência da capela/escola e tão poucas fotos. A descrição que existe é a apresentada por Träsel no Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul:
"Os fundamentos da capela foram de pedra, as paredes de enxaimel e a torre de madeira, ao passo que a escadaria foi de troncos flanquejados de madeira de lei. Exceção feita do sino e da formosa estátua de S. Frco. Xavier, a capela não custou aos pioneiros um tostão sequer, de vez que nenhum deles cobrou um vintém pelos serviços prestados. Também o comerciante Felix Kuhl forneceu gratuitamente todo material de construção[...]"
Quanto as fotos, existem apenas duas fotos parciais que também estão no Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul, uma na construção da segunda capela de Santa Clara, onde a primeira capela/escola aparece ao lado da nova capela e outra do professor Peter Mallmann com seus alunos na frente da capela/escola.
Vista parcial da primeira capela/escola de Santa Clara do Sul Ela está a esquerda da segunda capela que aparece em primeiro plano Fonte: Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul - Pe. Alberto Trasel |
Acreditamos que pelas características identificadas, a primeira capela/escola de Santa Clara possa ter sido inspirada na capela que já existia em Burgerberg, local onde o pedreiro Pedro Schneider e sua família recentemente tinham chegado para Santa Clara do Sul e que também tinha por padroeiro São Francisco Xavier.
Igreja de São Francisco Xavier - Burgerberg - atual cidade de Santa Maria do Herval Foto exposta no monumento da aos 1°s associados da Capela São Francisco Xavier - 1849 |
A partir destas fotos parciais, fizemos um trabalho minucioso de tentar retratar de forma mais fiel possível a aparência da primeira capela/escola de Santa Clara do Sul. Foram feitos vários esboços de desenhos baseados nas fotos parciais e em outras igrejas no estilo enxaimel que ainda existem no Rio Grande do Sul. Também foi estudado o método da construção enxaimel, tudo para chegar o mais próximo do que poderia ser a igreja.
Apenas 1 dos mais de 10 croquis feitos para chegar uma aparência compatível da primeira capela/escola de Santa Clara do Sul. Para este croqui foi utilizada a foto do professor Pedro Mallmann de fundo |
A partir do estudo, das fotos parciais e dos esboços realizados, chegamos a aparência apresentada a seguir. A partir de cálculos realizados com auxilio de softwares chegamos a conclusão que a igreja teria aproximadamente 10-11 metros de altura e a seguinte aparência:
Modelo gráfico da primeira capela/escola de Santa Clara do Sul. Para realizar a projeção foi utilizado o software SketchUp da Google. |
Como a área lateral da capela não tinha nenhuma foto ou descrição, foram utilizadas referencias de outras capelas existentes no Rio Grande do Sul, principalmente na região de Nova Petrópolis e na primitiva capela de Burgerberg.
A escolha do padroeiro da capela/escola
A escolha do padroeiro provavelmente foi feita logo após a autorização do Bispado de Porto Alegre para construção da capela/escola. O que ajuda a comprovar tal afirmação é a data em que a pedra fundamental foi benzida, 3 de dezembro de 1880, é a data onde se comemora o dia de São Francisco Xavier. Para a escolha do padroeiro foi de grande influência a opinião dos colonos vindos de "Burgerberg", Dois Irmãos e Picada Café, principalmente devido aos 5 irmãos Schneider (Pedro - o construtor da capela/escola, Miguel, Nicolau, Frederico e João) que eram muito devotos de São Francisco Xavier. Os 5 irmãos eram vindos de "Burberberg" onde o santo da comunidade era o mesmo escolhido para Santa Clara do Sul (Burgerberg atualmente é o município de Santa Maria do Herval).
O único problema da escolha de São Francisco Xavier² é que o dia do santo é comemorada no dia 3 de dezembro, data a qual coincide com o período do Advento, período que era proibida pela igreja qualquer tipo de festa. Esse detalhe não foi satisfatório para muitos dos colonos que gostavam de festejar o "Kerb". Após várias explanações junto a igreja, de reuniões com os padres e de até um pedido formal para troca do santo, foi decidido que a festa iria ser feita no primeiro domingo antes do advento (fim do calendário eclesiástico) e que a missa de comemoração continuaria a ser celebrada no dia do santo (3 de dezembro).
O único problema da escolha de São Francisco Xavier² é que o dia do santo é comemorada no dia 3 de dezembro, data a qual coincide com o período do Advento, período que era proibida pela igreja qualquer tipo de festa. Esse detalhe não foi satisfatório para muitos dos colonos que gostavam de festejar o "Kerb". Após várias explanações junto a igreja, de reuniões com os padres e de até um pedido formal para troca do santo, foi decidido que a festa iria ser feita no primeiro domingo antes do advento (fim do calendário eclesiástico) e que a missa de comemoração continuaria a ser celebrada no dia do santo (3 de dezembro).
Atual altar onde se encontra a imagem original da São Francisco Xavier, a mesma da primeira Capela/Escola. Foto dos autores |
A primeira missa realizada na capela/escola foi em 3 de dezembro de 1881, data de São Francisco Xavier. A primeira capela/escola abrangia eclesiasticamente a sede de Santa Clara (Santa Clara Baixa), Schuster - e Mählereck (Santa Clara Alta), Sampainho, Nova Santa Cruz, São Bento (parte superior), Picada Augusta, São Rafael, Aurora e Vale do Sampaio (lado esquerdo)
²A Igreja considera que Francisco seja o missionário que mais converteu pessoas ao Cristianismo desde o Apóstolo São Paulo. Ele foi o precursor das missões e cofundador da Companhia de Jesus. Segundo a igreja, as suas missões foram tão extensas que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes a volta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-se o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus. Por muitos, era considerado o "São Paulo do oriente". Por essa característica, muitos imigrantes o consideravam muito, pois como eles, ele fez um grande caminho, igualmente os colonos provindos da Alemanha, fizeram uma grande viagem atrás de sua terra prometida, sempre agarrados em sua fé, como São Francisco Xavier. (considerações dos autores)
²A Igreja considera que Francisco seja o missionário que mais converteu pessoas ao Cristianismo desde o Apóstolo São Paulo. Ele foi o precursor das missões e cofundador da Companhia de Jesus. Segundo a igreja, as suas missões foram tão extensas que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes a volta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-se o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus. Por muitos, era considerado o "São Paulo do oriente". Por essa característica, muitos imigrantes o consideravam muito, pois como eles, ele fez um grande caminho, igualmente os colonos provindos da Alemanha, fizeram uma grande viagem atrás de sua terra prometida, sempre agarrados em sua fé, como São Francisco Xavier. (considerações dos autores)
As aulas na capela/escola de Santa Clara do Sul
Com a capela/escola pronta e inaugurada, em 1882 assumiu a escola o senhor Peter Mallamann, o primeiro mestre/professor da capela/escola de Santa Clara. Peter veio de Linha Bonita, Dois Irmãos, onde já exercia o magistérios a 3 anos. Ele era casado com Maria Magdalena Reinbüchler com a qual já tinha filhos (Peter Mallmann é trisavô do autor Rafael Lenhard e primo de Johann Nikolaus Mallmann, tetravô do autor Eduardo Daniel Schneider).
Peter Mallmann era professor formado com estudos superiores na Alemanha de onde imigrou em 1863. Por vez teve 53 alunos em sua classe na pequena capela/escola de Santa Clara do Sul. Nas aulas os alunos aprendiam ler e escrever em alemão. O Professor Peter Mallmann lecionou durante 17 anos na capela/escola em Santa Clara do Sul.
Peter Mallmann era professor formado com estudos superiores na Alemanha de onde imigrou em 1863. Por vez teve 53 alunos em sua classe na pequena capela/escola de Santa Clara do Sul. Nas aulas os alunos aprendiam ler e escrever em alemão. O Professor Peter Mallmann lecionou durante 17 anos na capela/escola em Santa Clara do Sul.
Foto de Peter Mallmann Fonte: Arquivo próprio dos autores |
Foto de Peter Mallmann na frente da primeira capela/escola de Santa Clara do Sul com a sua turma de alunos. Fonte: Álbum Jubilar de Santa Clara do Sul - Pe. Alberto Trasel |
Ao mesmo tempo que dava aula, Peter Mallmann exercia o cargo de sacristão, auxiliava o padre nas cerimônias religiosas, tocava o órgão nas celebrações e era o dirigente do coro. Não existem registros de um coral formado, mas um grupo de pessoas instruídas sob a regência do Professor Peter Mallmann que entoavam as orações em latim e cantavam nas Santas Missas da Capela São Francisco Xavier. Essa iniciativa deu origem ao atual Coral São Francisco³, que atua ainda nos dias de hoje.
Coral São Francisco³: Para melhorarem o canto litúrgico desenvolvido por Peter Mallmann, em 1896 foi concedida a licença eclesiástica aos moradores de Santa Clara, os quais fundaram a "União Santa Cecília", na qual se inscreveram 60 homens e jovens.
A construção da nova capela e a venda da antiga capela
A primitiva e pequena capela/escola ficou pequena com o tempo. No ano de 1894, quando foi inciada a construção da segunda capela de Santa Clara do Sul, conta-se que mesmo em missas dominicais, mais da metade dos fiéis ficava do lado de fora da pequena capela. No 4° domingo da quaresma de 1896 foi celebrada a primeira missa na recém construída nova capela de Santa Clara do Sul.
A primeira capela escola ainda ficou de pé até o ano de 1903, quando foi comprada por Nicolau Klein por 560$000 e provavelmente desmontada no mesmo ano.
Eventos importantes da capela/escola
Segue abaixo um histórico retirado do livro História das Casas: um resgate histórico dos jesuítas no sul do Brasil - Paróquia Santo Inácio dos Conventos - Lajeado/RS / P. Inácio Spohr - Porto Alegre: Padre Reus 2018, onde constam missas e atendimentos realizados na capela de São Francisco Xavier, em Santa Clara do Sul, pelos padres Jesuítas de Lajeado:
03.12.1880 – Foi benta a pedra Fundamental da Capela São Francisco Xavier em Santa Clara. A licença do bispo para esta benção data de 20 de Julho.
03.12.1881- O P. Eugenio Steinhart rezou pela primeira vez a Santa Missa na capela de São Francisco Xavier de Santa Clara.
31.01.1883- A partir de 1882, a capela São Francisco Xavier, de Santa Clara, passou a ser atendida oficialmente pelos jesuítas de Lajeado.
20.12.1884- O P. Luis Keller vai, de vez em quando, atender a capela de Santa Clara, onde celebra missa e realiza outros ministérios.
04.12.1885- O P. Haltmeyer, Pároco, foi a Santa Clara para festejar o dia do padroeiro São Francisco Xavier no domingo seguinte. Ficou lá uns dias.
08.01.1886- O pároco visitou Santa Clara. Lá foi eleita em escrutínio secreto, a nova diretoria da capela. A todos pareceu bem que se fizesse logo a decoração interna da capela.
08.01.1886- O pároco visitou Santa Clara. Lá foi eleita em escrutínio secreto, a nova diretoria da capela. A todos pareceu bem que se fizesse logo a decoração interna da capela.
12.02.1886 - O pároco P. João Altmeyer visitou a capela de São Francisco Xavier, em Santa Clara, onde atendeu os fiéis por uns dias.
17.03.1886- O P. Luis Keller foi para a capela de São Francisco Xavier instruir as 21 crianças para a primeira comunhão, que acontecerá no dia 25 de março.
19.03.1886- Carta do P. João Haltmeyer ao P. Superior. Entre outras coisas, agradece o cibório para Santa Clara, onde haverá primeira comunhão, a 25 de março.
25.04.1886- Páscoa. O pároco P. João foi a capela de São Francisco Xavier, em Santa Clara. Voltou no dia seguinte.
09.05.1886- Em Santa Clara, o P. Luis Keller, realizou a primeira Comunhão de 21 crianças.
26.06.1886 - O pároco foi a Santa Clara. Por motivo do Jubileu do Papa Leão XIII permaneceu ali até do dia 29.[..]
27.07.1886 - Carta do P. João Halmeyer ao P. Superior da Missão
Agradece um requerimento conseguido e pede outro. Fala do pagamento de emolumentos de sua provisão. A seguir trata de encomendas e contas. Pede um ostensório para Santa Clara, a 100 mil réis, dourado. Costuma-se dizer que colono não gosta de dar dinheiro nem sangue. O pároco, porém, viu que ambas as coisas foram dadas de boa mente. Na capela São Francisco Xavier, padroeiro de Santa Clara, foi gasto cerca de um conto de réis. Queria-se distribuir a dívida. O P. Vigário de opôs a esse tipo de leilão, onde o pobre e o rico devem fazer o mesmo. O padre fez por isso uma reunião dos homens, onde se fez coleta, livremente. E entrou tanto dinheiro a mais que se pode comprar um ostensório. Poder-se-ia comprar um mais caro. Mas basta um de 100 mil réis. Pede também um corpo de Cristo para a cruz do altar, de dois pés de altura, para a mesma capela de São Francisco Xavier . [...]
01.09.1886 [...] Foi mais ou menos isso que aconteceu na picada de Santa Clara de umas 80 famílias e que cresce dia a dia. Agora está tudo em paz. A capela que tem por padroeiro São Francisco Xavier estava por muito tempo abandonada e só a pouco foi terminada, pintada e recebendo altar, confessionário etc.[..]
15.10.1886 – O pároco P. João partiu para Santa Clara a fim de celebrar o tríduo do jubileu do ano santo. Os fiéis participaram de tal fervor que foi difícil de atender e dar conta do trabalho. Cada dia fazia dois sermões, celebrava missa solene, dava instrução e a benção, com o santíssimo. Distribuiu 183 comunhões.[...]
02.12.1886- [...] seguiu para Santa Clara a fim de celebrar o padroeiro São Francisco Xavier. A capela já recebeu um acabamento interno e externo muito bonito. Veio muita gente á missa e o padre atendeu muita gente.
05.01.1887- O padre Luiz Keller visitou a capela de São Francisco Xavier em Santa Clara, onde ficou uma semana exercendo ministérios.
12.01.1887- Carta pároco P. João Haltmeyer ao P. Geral, Roma.
[...] Em Santa Clara está pronta a capela em honra de São Francisco Xavier. Lá, 75 famílias católicas vivem bem unidas. [...]
11.05.1887 – O P. Luis Keller foi a Santa Clara preparar 21 crianças para a primeira comunhão a realizar-se no dia da Ascenção do Senhor. [...]
26.06.1887 – O pároco celebrou missa em Santa Clara, fez coleta pelo Papa e atendeu confissões. [...]
02.12.1887- O pároco viajou para a capela de São Francisco Xavier, em Santa Clara, pata celebrar a festa do padroeiro.
05.01.1888 - P. Bento Meienhofer visitou a capela de Santa Clara para celebrar missa e outros ministérios. Houve 149 comunhões.
13.01.1888 - Carta do P. João Halmeyer ao P. Superior da Missão
Pede uma Via- Sacra, pintada ou impressa, a óleo, destinada para a capela de Santa Clara . Pode custar cerca de 1.400 réis. Pede também quadros do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora.
23.03.1888- P. Bento visitou Santa Clara e Picada Augusta para atender as confissões pascais. Na ocasião ouviu 230 confissões.
06.07.1888- O coadjutor P. Bento foi a Santa Clara e por causa de dois casamentos, ficou também na terça feira.
02.12.1888- O P. Vigário celebrou missa na Capela São Francisco Xavier, padroeiro de Santa Clara. No dia seguinte benzeu solenemente o cemitério de Santa Clara, estando presentes muitos fiéis. O bispo Dom Sebastião concedeu provisão ao P. Vigário, no dia 20 de julho de 1880.
02.02.1889- Após uma semana de catequese ás crianças, dada pelo P. Bento, ele mesmo presidiu a missa de primeira comunhão em Santa Clara.
12.04.1889 - O P. Bento visitou a capela de Santa Clara. Choveu por alguns dias. Ouviu 267 confeições nesta excursão apostólica em Santa Clara.
23.06.1889 – Domingo. O coadjutor P. Bento celebrou a solenidade de Corpus Christi na capela de Santa Clara.
08.11.1889 – P. Francisco Hefel visitou Santa Clara. [...]
03.12.1889- O pároco P. João celebrou missa em Santa Clara, na festa do padroeiro São Francisco Xavier.
26.01.1890 - O coadjutor P. Bento foi a Santa Clara a fim de preparar 33 crianças para a primeira comunhão, que será realizada no dia 02 de fevereiro.
08.06.1890 - Domingo. Houve procissão solene de Corpus Christi em Santa Clara, no potreiro do Sr. Arenhart, com grande alegria e regozijo do povo fiel.
31.12.1890 – [...] Também foi organizada a escola de Santa Clara, de tal modo que a juventude daquele lugar, numerosa, seja instruída por dois professores, em anos diferentes. É a primeira escola elementar com classes.[...]
24.05.1892- Carta do P. João Halmeyer ao P. Superior da Missão
[...] Em Santa Clara, houve 40 primeiras comunhões,[...]
06.03.1893- O pároco P. João Halmeyer benzeu a via sacra na capela de Santa Clara com presença de muitos fiéis.
22.04.1894 - O pároco P. João benzeu as estátuas do Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora na capela de São Francisco Xavier em Santa Clara.
03.12.1894- A primeira capela- escola de São Francisco Xavier, construída em Santa Clara, no ano de 1880-1881, tornou-se pequena demais para acolher os numerosos fiéis que a frequentavam. As obras da segunda capela foram iniciadas em 1894. Hoje foi transladada a pedra fundamental da capela velha para a capela nova. O pároco O. João Haltmeyer benzeu solenemente a pedra fundamental.
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Esta publicação pode ser utilizada pelo(a) interessado(a), desde que citada a fonte:
Schneider, Eduardo Daniel. [Nome da publicação] blog Memórias do Povo Rio-grandense, disponível em: https://eduardodanielschneider.blogspot.com/ Acessado em: [data do acesso]
Schneider, Eduardo Daniel. [Nome da publicação] blog Memórias do Povo Rio-grandense, disponível em: https://eduardodanielschneider.blogspot.com/ Acessado em: [data do acesso]
Agradecimento
Agradecemos a família Bald que nos proporcionou a visita a antiga casa do primeiro construtor da primeira capela/escola de Santa Clara do Sul, especialmente a senhora Izoldi Bald, que gentilmente nos recebeu.
Agradecemos a Patrícia Schneider, você foi importante para nossa pesquisa e forneceu materiais essenciais para que ela possa existir.
Agradecemos ao pesquisador alemão Heinz Stangenberg, que muito ajudou ao autor Eduardo Daniel Schneider na construção da árvore genealógica da família Schneider.
Agradecemos ao pesquisador alemão Heinz Stangenberg, que muito ajudou ao autor Eduardo Daniel Schneider na construção da árvore genealógica da família Schneider.
Agradecemos também ao senhor Angelo Braun, a senhora Maria Lisetone Halmenschlager e ao senhor Charles Thomas pela ajuda e apoio de sempre! Obrigado a todos!
Para essa publicação foi utilizado mais de 1 ano de pesquisas históricas, busca em registros, visitas e entrevistas. Apenas para a montagem e reconstituição da capela, forma mais de 3 meses discutindo, lendo referencias, desenhando, redesenhando e renderizando o modelo. Valorize nossa determinação!
Caso você tenha qualquer colaboração, ela pode ser enviada para rafaelhelenhard@gmail.com ou eduardodanielschneider@gmail.com
Fotos enviadas, caso usadas, serão referenciadas em seu nome.
Fotos enviadas, caso usadas, serão referenciadas em seu nome.
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